Desde outubro de 2020 os consumidores do Mercado Livre têm sido surpreendidos com os altos valores dos Encargos de Serviços de Sistemas (ESS).
No post sobre “Encargos ESS e ERR“, explicamos quais custos compõem o ESS. Em resumo, no ESS são incorporados os custos do despacho de termoelétricas fora de ordem de mérito, importação de energia, dentre outras medidas que buscam manter a confiabilidade e segurança do sistema elétrico.
Devido a criticidade do atual período hidrológico brasileiro (os atuais níveis de chuva estão entre os priores dos últimos 90 anos), o volume de água armazenado nos reservatórios das usinas hidrelétricas está comprometido.
Para mitigar os impactos, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) decidiu despachar usinas termelétricas adicionais ao indicado pelos softwares de otimização energética usados no setor elétrico – Newave, Decomp e Dessem, e importar energia da Argentina e do Uruguai.
Quando o custo de geração das termelétricas é superior ao valor do PLD, a diferença é cobrada dos consumidores na forma de ESS.
Com as previsões de níveis críticos de chuva para 2021, as ações que garantem a segurança do sistema elétrico terão que ser mantidas. Portanto, os valores do ESS tendem a permanecer altos ao longo do ano.
De acordo com o pronunciamento da Associação Nacional dos Consumidores de Energia (ANACE) , a entidade está dialogando com os agentes em busca de soluções em defesa dos consumidores que sofrem forte impacto nas contas.
Uma das ações adotadas foi discutir com o Ministério de Minas e Energia (MME) a possibilidade de alteração da metodologia do despacho adicional. Deseja-se que o modo de cálculo de ESS seja formulado pelos softwares de otimização do setor elétrico, fazendo parte do PLD e reduzindo seu custo.
Conforme desejado pela ANACE, a medida fará com o custo de energia no mercado de curto prazo balizado pelo PLD fique mais elevado e seja pago pelas empresas que não estão plenamente contratadas, e não seja somente custeado pelos consumidores.